A.L.: O continente mais desigual

A.L.: O continente mais desigual

20% mais rico detém 57% da riqueza


«Ao terminar o ano 2010, a América Latina seguia sendo a região mais desigual do mundo». É o que afirma a Anestia Internacional no seu Informe Anual 2011. Situação dos direitos humanos no mundo. Entre os 15 paises mais desiguais do mundo, 10 se encontram na América Latina e no Caribe. A mais desigual é a Bolívia, seguida pelas Ilhas Comoras, Madagascar, África do Sul, Haití, Tailândia, Brasil, Equador, Uganda, Colômbia, Paraguai, Honduras, Panamá, Chile e Guatemala. Na América Latina os paises com menor desigualdade social são Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai. Graças à chegada de governos democráticos populares nos últimos anos, o gasto público com políticas sociais alcançou, em geral, 5% do PIB dos 18 paises do Continente. De 2001 a 2007 o gasto social por habitante aumentou 30%. Hoje no Brasil 20% das entradas das famílias provem de programas de fornecimento de dinheiro do poder público, como aposentadorias, «Bolsa Família» e assistência social. De 1988 para cá, graças aos programas sociais de governo, 21,8 milhões de pessoas sairam da pobreza extrema.

Em 1978, apenas 8,3% das famílias brasileiras recebiam recursos governamentais; em 2008 o índice subiu até 58,3%. Conseguiram-se avanços na redução da pobreza na Argentina, Brasil, México e Venezuela. Mesmo assim, quase uma quinta parte da população continua vivendo na pobreza extrema.

A população brasileira extremamente pobre é estimada em 16 milhões de habitantes. 59% estão concentrados no Nordeste (9,6 milhões de pessoas). Do total de brasileiros residentes no campo, um em cada quatro se encontra em extrema pobreza (25,5%, ou 4,1 milhões). 51% tem até 19 anos de idade. 53% dos domicílios não estão ligados à rede geral de esgoto pluvial ou fossa séptica. 48% dos domicílios rurais em extrema pobreza não estão ligados à rede geral de distribuição de água e não têm poço ou nascente na propriedade. 71% são negros (pretos e pardos). 26% são analfabetos (15 anos ou mais, 4 milhões).

Para mais dados do informe, veja-se: http://amnesty.org/es/annual-report/2011/introduction