Frei José Fernandes Alves - Mauro Kano

Tempos de esperança, em meio a tempos difíceis. Tempo de resistência, em meio à violência, mentira, ódio, autoritarismo disfarçado, hegemonia. Somos Povos Latino-americanos, e daí Mundiais, com nosso jeito de viver, de agir, de lutar, de festejar, de teimar.
O Quetzal e o Colibri, Mulheres e Homens, Lua e Sol, Crianças e Avós, Povo e Mártires, Terra e Água... todos juntos, nessa Grande Roda, que precisa girar. É tarefa coletiva, comunitária, mesmo que a partir da opção pessoal e fundamental, resgatar, não apenas os saberes ancestrais, mas suas práticas, seu cultivo, sua força. E, tudo isso, de jeito novo. Latinoamericanidade Mundial é nosso lema. É nossa Agenda: portanto, é compromisso a ser realizado - no final dessa apresentação, compartilhamos as ideias-chaves de nosso Artista equatoriano.
No último período, sofremos muito: na pandemia, na economia, na política, nos direitos, na justiça... consequências graves e muitas perdas de vida, de trabalho, de dignidade. Mas nossa Abya Yala mantem-se viva, resistente... e fecunda. É retomada, comunitariamente. É reerguer-se, desde as cinzas que houver. É reencontrar-se, onde ninguém solta a mão de ninguém, mesmo que com todos os cuidados necessários. É agir, com convicção e esperança, gigante, do tamanho que nossa história nos constrói.
Assim, nosso Livro-Agenda continua: no desejo de ser ferramenta de trabalho dos Agentes Pastorais, dos Militantes, dos Educadores Populares, das Pessoas de boa vontade que se unem e se organizam para a formação política, para a articulação dos Povos, das organizações, das pessoas, para a defesa dos direitos, para a transformação da sociedade na Pátria Grande do Sumak Kawsay, do Ubuntu, da Terra Sem Males.
Nesta Edição, reunimos grande parte de autoras e autores de nossa terra, e que foram publicados nas diversas edições e idiomas de nossa rede internacional da Agenda. Textos que partem da vida, da experiência concreta, e sua reflexão, para provocar o pensamento e a ação. É leitura de estudo e de luta, de caminho interior e exterior. Que sintam-se cultivados por essa visão outra do mundo e dos fatos.
Principalmente pensado para utilizar no trabalho de base, essa maneira de se formar, organizar, agir, mobilizar continua necessária. É preciso estar onde o povo está; é preciso sujar os calçados ou mesmo os pés, quando aqueles nos faltam; é preciso estar no meio da massa, para que ela cresça e se liberte. Há muito o que ser feito. Agenda sempre cheia!
Nossa palavra de ordem: vamos levantar-nos, reencontrar e atuar, na resistência comunitária, na luta pela democracia, trabalho, comida e dignidade, na solidariedade latino-americana mundial.