Dados sobre a população mundial

Dados sobre a população mundial


I. VER

A população mundial, que hoje é formada por 6.400 milhões de pessoas, segue crescendo rapidamente na atualidade, a razão de 76 milhões de pessoas por ano. Segundo as projeções da ONU, em 2050 serão agregados, à população mundial, outros 2.500 milhões de pessoas, quantidade equivalente ao total da população mundial em 1950.

A taxa de crescimento se fez mais lenta depois de seu ponto máximo, nos meados do decênio de 1990, com 82 milhões de pessoas por ano. O tamanho médio da família tem diminuído de seis filhos por mulher em 1960 a cerca de três na atualidade, na medida em que o planejamento familiar foi se tornando mais acessível e mais amplamente utilizado. As projeções sugerem que o total da população deixará de crescer nos meados deste século XXI, na medida em que as taxas de fecundidade vão diminuindo até chegar a níveis de substituição ou menores.

Mas alguns países chegarão a este ponto muito depois de outros. Os que têm populações jovens (devido a suas altas taxas de fecundidade num passado recente) seguirão crescendo durante decênios, até quando predominem as famílias pequenas. O número de adolescentes entre 10 e 19 anos de idade chegaram na atualidade a um máximo sem precedentes de 1200 milhões.

E nos países mais pobres, onde seguem sendo altas as taxas de fecundidade e mortalidade e segue sendo limitado o acesso a serviços de planejamento da família, acaba de se iniciar a transição para famílias mais pequenas. Segundo se prevê, nos 50 países menos adiantados o crescimento será de 22,8%, para 1700 milhões em torno de 2050.

Os países, onde há diminuído pronunciadamente a fecundidade, experimentarão um marcado envelhecimento de suas populações nos próximos decênios, tendência já em curso em países desenvolvidos e motivo de grande preocupação assim para as políticas.

Das projeções de crescimento, 96% se prevê que ocorrerá nos países em desenvolvimento. Atualmente, as populações da Europa e do Japão estão diminuindo e, segundo as projeções, o ritmo da declinação se duplicará entre 2010-2015; na América do Norte o crescimento continua à razão de 1% anual, devido, principalmente, aos emigrantes.

As estimativas da população e as projeções de crescimento na atualidade são inferiores às efetuadas em um decênio, devido, em grande medida, aos efeitos da AIDS na África que foram piores do que se previa, e ao crescimento nos países desenvolvidos que declinou mais rapidamente que o previsto.

Nos 38 países africanos mais afetados pela AIDS, em 2015 terá – segundo as projeções – 823 milhões de pessoas, 91 milhões a menos que a quantidade que existiria se não houvesse a AIDS, no entanto, mais de 50% a mais que hoje (sem a AIDS essas populações teriam aumentado 70%).

Sendo certo que em muitas regiões estão declinando as taxas de fecundidade, a população mundial aumentará desde os 6.400 milhões atuais para os 8.900 milhões até 2050. Os 50 países mais pobres triplicarão sua população até 1.700 milhões.

Há, atualmente, no mundo 2800 milhões de pessoas – dois em cada cinco – que seguem se esforçando para sobreviver com menos de dois dólares diários. A falta de saúde, a desigualdade de gênero e o rápido crescimento populacional perpetuam a pobreza e, ao mesmo tempo, são exacerbados por ela.

As pautas insustentáveis de consumo e produção, somadas ao rápido crescimento da população, estão deteriorando o meio ambiente. Vai aumentando o número de pessoas que utilizam cada vez mais intensamente maior quantidade de recursos, e assim, estão deixando um “rastro” sobre o planeta maior que antes.

Uma classe consumidora mundial em rápido crescimento está usando os recursos do planeta a uma velocidade sem precedentes, com efeitos proporcionalmente maiores que o aumento no número de consumidores. Os agricultores, os pecuaristas, os exploradores florestais e os urbanizadores, eliminaram quase a metade dos bosques que existiam originalmente no mundo. Das áreas existentes de piscicultura do planeta, ¾ se esgotaram ou excederam os limites sustentáveis.

Há 500 milhões de pessoas residentes em países que padecem com a escassez de água; se prevê que até 2025 essa quantidade chegará a estar entre 2.400 e 3.400 milhões de pessoas. As populações pobres em acelerado crescimento parecem não ter outra opção do que explorar seu meio ambiente local, para satisfazer as necessidades de alimentos e de combustível para sua subsistência.

Devido à constante migração do campo para as cidades, o número de residentes urbanos aumenta com uma velocidade em dobro do crescimento da população total. Calcula-se que em 2007, os residentes em cidades passarão a ser, pela primeira vez na história, a maioria da população mundial. Até 2030, essa maioria se dará em todas as regiões. As megacidades de 10 ou mais milhões de habitantes (que são 20 atualmente, 15 delas em países em desenvolvimento) e as cidades de tamanho pequeno e intermediário seguem crescendo e excedendo gravemente a capacidade das infra-estruturas e dos serviços locais.

No ano de 2000, havia em todo o mundo 175 milhões de pessoas migrantes internacionais – uma em cada 35 pessoas -, em comparação com 79 milhões em 1960. Muitas pessoas, e entre elas um crescente número de mulheres, buscam emprego no estrangeiro, e isto tem repercussões de grande magnitude nos países de origem e nos de destino. Os efeitos econômicos são bidirecionais.

China, em uma só geração, triplicou sua renda per capita, tirando da miséria mais de 300 milhões de habitantes. Nessa troca, a China aumentou, de uma única vez, o equivalente ao PIB da Suíça. Em poucos meses, os chineses vão chegar à quarta posição, passando à frente de França e Inglaterra. Nesse ritmo, se calcula que em 2050, a China será a maior economia do planeta.

A Índia tem uma diferença em relação à China: tem um contingente de 35 milhões de pessoas que falam inglês fluentemente. É um prato desejado para as empresas estrangeiras, que cada vez com mais freqüência, instalam departamentos inteiros em Bangladesh.

Na economia planetária, o capital neoliberal considera como os melhores lugares do mundo para encontrar mão de obra barata e super qualificada. Em 2005, três gigantes estadunidenses na área de alta tecnologia (Microsoft, Intel e Cisco) anunciaram investimentos na Índia, da ordem de 3.800 milhões de dólares. Por sua parte, a China se converteu no maior exportador de produtos ricos em tecnologia, segundo o ranking divulgado pela OCDE. Calcula-se que em três anos, um milhão e meio de empregos estadunidenses migrarão para estes dois países.

E um dado a mais que reforça as projeções sobre as duas potências: segundo os economistas, o conjunto “Chindia” tem capacidade para continuar crescendo ao extraordinário ritmo atual por várias décadas.

Vejamos a evolução da população do mundo, base de uma possível “democracia mundial”. A população está expressa em milhões; a última coluna se refere a % de população urbana em 2003.