Manifesto da ecologia profunda
Manifesto da Ecologia Profunda
Arne Naess (1912-2009) e George Sessions
1. O bem-estar e o florescimento da vida humana e não humana sobre a Terra são valores em si mesmos. Esses valores são independentes da utilidade do mundo não humano para os fins do ser humano.
2. A riqueza e a diversidade das formas de vida contribuem para a realização desses valores e também são, em consequência, valores em si mesmos.
3. Os humanos não têm o direito de reduzir essa riqueza e essa diversidade, salvo para satisfazer as necessidades vitais.
4. O florescimento da vida e da cultura humanas é compatível com uma redução substancial da população humana. O florescimento da vida não humana requer esse abaixamento.
5. A intervenção humana no mundo não humano é atualmente excessiva. E a situação vai degradando rapidamente.
6. No plano das estruturas econômicas, tecnológicas e ideológicas, temos de mudar nossas orientações políticas de forma drástica. A situação resultante será profundamente diferente da atual.
7. A mudança ideológica consiste principalmente em valorizar a qualidade da vida (de viver em -situações de valor intrínsecas), mais que em tratar sem cessar de conseguir um nível de vida mais elevado. Terá de se produzir uma tomada de consciência profunda da diferença que há entre o crescimento material e o crescimento pessoal, independente do acúmulo de bens tangíveis.
8. Os que assinam os pontos que acabam de ser enunciados têm a obrigação direta ou indireta de agir para que se produzam essas mudanças, necessárias para a sobrevivência de todas as demais espécies do Planeta, incluindo a do ser humano.
Arne Naess (1912-2009) e George Sessions