Mulheres de preto. No conflito Palestina-Israel
Mulheres de preto
No conflito Palestina-Israel
Wilma JUNG
O movimento das “Mulheres de preto” surgiu no dia 9 de janeiro de 1988, no fragor da primeira Intifada. Nesse dia, oito mulheres israelitas saem às ruas de Jerusalém para se manifestar pela primeira vez contra a ocupação do território palestino pelos exército de Israel. Seguem o exemplo das Mães da Praça de Maio na Argentina. Todas as sextas-feiras vestidas de negro (sinal da tragédia sofrida pelos povos) trazem a mão coberta por um tecido negro uma faixa com a frase “Parem com ocupação”. As concentrações se realizaram na Praça da França, deno-minada pelas mulheres como a praça Hagar. Logo, se espalharam por todo o país e muitas cidades do mundo. Há mais de catorze anos, graças à perseverança própria dos movimentos de mulheres, apesar das instabilidade política, as reações hostis e freqüentemente machistas das pessoas que passam, e as contra manifestações dos grupos de extrema direita, as “Mulheres de preto”, não deixaram de gritar “Parem com a ocupação”.
Em outubro de 2000 foi criada a “Coligação das Mulheres por uma Paz mais justa”, que reúne dezenas de movimentos de mulheres que trabalham pelo fim da ocupação. “Mulheres de preto” faz parte desta coligação que tem ramificações e contatos no outro lado de Jeru-salém, no território palestino. É o que entre as ativistas são conhecidas pelo nome de “Enlace de Jerusalém”. É o ponto de encontro onde as mulheres israelitas e pa-les-ti-nas se dão as mãos.
“Mulheres de preto” foram chamadas em 2001 para o Prêmio Nobel da Paz e em novembro desse mesmo ano o Parlamento Europeu outorgou-lhe o Prêmio Andrei Sajarov pela luta em favor da paz.
“Bat Shalom” (Filha da Paz) é outra organização feminina pacifista que trabalha pela justa paz entre Israel e seus vizinhos árabes. Juntamente com o Centro de Jerusalém para as mulheres, uma organização paci-fista de mulheres palestinas, fazem parte do “Enlace de Jerusalém“, Bat Shalom insiste com os grandes dirigen-tes para a resolução do conflito que devem contar com as mulheres se querem realmente conseguir a paz.
Para mais informações visite o site na internet http://www.batshalom.org/ ou escreva para Bat Shalom, POB 8083, Jerusalém 91080, Israel.
Wilma JUNG
Bolívia - Suiça