Não se joga lixo fora
Não se joga lixo fora
Jean-Marie Lambert
Há quem queira viver pobre e cheiroso. Eu sou mais de ficar rico rolando no lixo.
Pode zombar ou caçoar, mas bobo nunca ri por último. Vou andar de helicóptero e deixar você de boca aberta feito bacalhau olhando para o céu imenso.
Fiz o que você sempre fez e busquei salvação lá fora. Falei inglês com chinês e enrolei a língua na Alemanha. Foi plasma gasification para cá e high-tech pyrolysis para lá. Mas onde andei com a cabeça se tinha resposta na porta de casa?!
Foi só um passo para alcançar o futuro e descobrir uma rota tecnológica que – sem ofensa para gringo – deixa francês e americano com cara de zero absoluto.
A usina Natureza Limpa articula simplicidade brasileira com eficiência suíça. Inscreve-se no conceito de tratamento térmico dos Resíduos Sólidos Urbanos com produção de Combustível Derivado e cogeração energética, combinando uma unidade de carbonização por pirólise com um ciclo termoelétrico clássico.
Gera energia limpa por eliminação de sujeira, induzindo decomposição de matéria orgânica por elevação de temperatura em ambiente sem oxigênio.
Não há combustão. Entende?
Um detalhe de peso que – somado à purificação das emanações gasosas por destilação – reduz a um mínimo a poluição atmosférica.
O processo aborta, pois os efeitos negativos da incineração por descarte a priori de método. Tem sim queima posterior de briquetes na vertente termoelétrica. Mas filtros de alta performance se encarregam de purificar os efluentes a níveis praticamente indetectáveis de contaminação.
Eis a solução lixo zero que a TJMC Empreendimentos oferece a custo zero porque não requer qualquer investimento público: a empresa instala o centro receptor por conta própria e se autorremunera na recuperação de material reciclável e venda de energia.
Existe cobrança de módicas Taxas de Recepção, e a coleta continua a cargo da municipalidade, mas isso não representa sequer fração infinitesimal dos custos e investimentos de aterro sanitário.
Balanço ambiental positivo e retorno econômico certo, portanto. É ponto pacífico. Coisa de primeira. Do Brasil para o Planeta. E eu procurando solução na Sillicon Valley ! Longe e perdido em mares ermos ... quando o espírito inventivo baixava tão perto.
Na garra e na humildade da alma interiorana, um empresário visionário achou o jeito gostoso de limpar o mundo ganhando dinheiro. Sem champagne nem caviar ou sombra de arrogância. Tirou a mágica da cabeça. Na simplicidade da mesa do campo. Entre frango ao molho e doce de marmelo.
Do lixo, o carvão. Do carvão, a força. Da força, o movimento. Do movimento, a produção. Da produção, a riqueza.
Fez a parte dele e quero fazer a minha, avisando a América Latina. Aterro é francamente cafona e dá dor de cabeça. Vereador que o saiba: eleitor se apaixona em troca de ar puro e água cristalina. Urubu sim adora imundície. Mas aposto que nem vota.
Então, se você for prefeito, cidadão ou homem de negócio, consulta www.naturezalimpa.com e faça contato. Haverá ganho, com certeza. E nem contei o melhor, ainda.
A ficar como está, o projeto já salva as florestas, pois mundo que faz carvão do lixo não corta árvores em busca de lenha. Mas que tal biodiesel e peixe bom, por cima?
Sério! Conforme o uso, CO2 que mata é matéria-prima para fotossíntese e fonte de vida. Capturado na chaminé e injetado na água, se torna ração de alga hiper-alimentada que gera biomassa em ritmo de samba. Óleo em abundância, pois. E combustível climatologicamente neutro para gerações presentes e futuras.
Tanque de carro competindo com barriga é coisa do passado. Batata não perde espaço no campo ou na mesa da família: fica inconteste onde está, porque fitoplâncton não vive na terra. Há até expansão de cultura alimentar na brincadeira, pois bagaço de planta aquática é elemento protéico de base para toda vida animal marina. E imagina a carne gostosa!
Janta farta em ambiente limpo sem sinal de aterro é cenário previsto para já, pois lixo corrente vira carvão, enquanto passivo acumulado se torna adubo na parte compostagem do projeto. Adeus, portanto, germes e mau cheiro. Parque florido vai ficar de herança. Com bancos públicos para sonhos de amor e juras eternas.
Jean-Marie Lambert
Goiânia, GO