O nível mais elevado de co2 desde há 3 milhões de anos

Precisamos de um pacto para evitar o pior

Cúpula de Mudança do Clima,

A concentração de CO2 na atmosfera ultrapassou o teto simbólico de 400 ppm (partes por milhões), um recorde da era industrial, considerado por muitos cientistas como o ponto crítico que pode desencadear um superaquecimento descontrolado no planeta.

Estima-se que a última vez que a Terra atingiu níveis semelhantes de dióxido de carbono foi aproximadamente há mais de três milhões de anos, quando não havia gelo no Ártico, as savanas se estendiam pelo que hoje é o deserto do Saara e os níveis do mar eram 40 metros mais elevados dos atuais. Vários observatórios no Ártico registraram, em abril de 2013, pelo menos seis medições superiores aos 400 ppm; mas, a confirmação foi verificada em 10 de maio de 2013, na estação de Mauna Loa, a 3.400 metros de altitude, no Havaí, onde se atingiu este recorde histórico.

“É um momento simbólico que devemos referenciar para parar e pensar sobre o que temos feito e para onde estamos indo”, conforme disse Ralph Keeling, chefe do Observatório havaiano.

“Antes da era industrial, os níveis de concentração eram de apenas 280 ppm (em 1960 os níveis de CO2 foram em torno de 310 ppm)”, lembrou Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), que confia que a Cúpula sobre mudança climática em aris em 2015, sirva para mobilizar a sociedade e os governos ajudando quebrar o impasse existente da cúpula fracassada de Copenhague, realizada em 2009.

A civilização encontra-se “na zona de perigo”’ sem que no horizonte próximo se vislumbrem melhorias. Em 25 anos, estima-se que o CO2 atinja níveis em torno de 450 partes por milhão de moléculas de ar, isso devido à contínua e permanente utilização de combustíveis fósseis para promover o desenvolvimento dos países. “Não nos encontramos apenas frente a um registro simbólico, mas sim diante de uma clara evidência científica dos efeitos da atividade humana sobre o planeta” disse Edward Davey, o ministro de Energia e Mudanças Climáticas. “Não podemos diminuir os esforços: o mundo precisa de acordos urgentíssimos na Cúpula de 2015 para evitar os piores efeitos”.
 

Cúpula de Mudança do Clima,

Paris de 2015