O Plano Puebla-Panamá (PPP)

O Plano Puebla-Panamá (PPP)


A concepção do PPP é antidemocrática. Os governos centro-americanos aprovaram um projeto elaborado pelo governo mexicano como intermediário do governo norte-americano para a região. É um projeto geopolítico pré-fabricado que busca construir na América Central uma área de serviços e infra-estrutura, projetado a partir da lógica de empresas multinacionais, grupos oligárquicos nacionais e organismos financeiros internacionais, que torna oportuna a violação da soberania de nossos países e a autodeterminação dos povos, pois, priva-os do direito de participar nos processos de tomada de decisões.

É um modelo econômico que exclui, ilegal e ilegítimo que viola compromissos contidos no Convênio 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificados pela maioria dos países da América Central. Não leva em consideração os direitos dos trabalhadores nacionais e os migrantes e gera políticas repressivas para eles.

Realiza a construção de obras de infraestrutura como represas nos rios, terminais rodoviários, pontes, etc., que ocasionam destruição de matas, expulsão de índios e agricultores de suas terras, causando impacto ao meio ambiente.

Não leva em conta as necessidades em matéria de direitos humanos e econômicos, sociais e culturais de nossos povos, facilita a privatização dos serviços públicos básicos (luz, água potável, telefonia, previdência social), e recursos naturais estratégicos (água, petróleo, matas, biodiversidade, etc.).

O que se pretende é a abertura dos mercados e a aceleração dos processos de produção de mercadorias, pondo em risco a segurança dos alimentos, com a utilização de sementes de alimentos geneticamente modificadas e o uso de agro-químicos, porque a transformação e comercialização dos produtos alimentícios estão em poder de empresas milionárias que buscam lucros com a miséria dos povos.

O PPP é parte de uma estratégia de expansão do Capital e da globalização neoliberal, além de ser um importante complemento para a instalação da ALCA, que busca manter as relações de dependência e subdesenvolvimento, submeter os nossos povos a um modelo de desenvolvimento regional baseado na exploração. Só nos consideram fontes de matérias primas e mão de obra barata para os países dominantes.