Programa «mínimo» de Causas a acolher
Para um programa «mínimo» de Causas a acolher para construir uma sociedade mais justa e igualitária
Agenda Latino-americana
Economia
• Apoiar e urgir o cumprimento dos «objetivos» do milênio, particularmente na erradicação da pobreza e da fome, e na superação da clamorosa desigualdade econômica.
• Reformar os organismos econômicos internacionais, que perpetuam a opressão sofrida pelos países pobres, vinda dos países ricos. Democratizá-los, para que possam governar a globalização assegurando a participação e o desenvolvimento dos povos menos favorecidos.
• Pressionar para que seja supressa ou condenada progressivamente a ilegítima Dívida Externa iniciada nos anos 1970, que já foi bem paga.
• Fomentar e respaldar as médias e pequenas empresas ante as multinacionais e transnacionais; as primeiras criam proporcionalmente mais empregos em trabalho digno, violam menos os valores culturais dos povos e facilitam mais a convivência social e a dignidade das pessoas.
• Estabelecer um imposto sobre as transações financeiras internacionais, inspirado na Taxa Tobin para controle do movimento de capital e combate dos paraísos fiscais, limitando o segredo bancário.
• Fomentar a soberania alimentar dos povos e proteger a agricultura autóctone e dos pequenos agricultores.
• Responsabilizar socialmente as empresas por meio de cláusulas sociais reais, e não apenas com efeitos de imagem publicitária voltada para o mercado.
• Lutar contra a privatização do patrimônio público e dos bens comuns básicos.
• Estabelecer limites concretos máximos à propriedade rural (latifúndio) e à propriedade urbana imobiliária, uma autêntica reforma agrária e urbana.
• Lutar pela expropriação do latifúndio, e prioritariamente das propriedades de capital especulativo volátil e do capital de agiotagem dos bancos.
Ecologia
• Mudar de mentalidade na forma de perceber a natureza e os relacionamentos com ela.
• Defender como bem da natureza e como bem comum social da Humanidade as fontes de água.
• Preservar a selva, os bosques, as diferentes formas vegetais; não deixar a Terra sem estes recursos necessários para autocontrolar seu equilíbrio, que no final reverte em nosso benefício.
• Salvar a biodiversidade, atualmente em grave destruição.
• Limitar a produção de lixo, de plásticos não biodegradáveis... Substituir as úteis sacolas de plástico por outras de um material biodegradável.
• Reciclar sempre que for possível! Educar as crianças e os jovens em exercícios diários contra a cultura do descartável e da dilapidação de recursos.
• Mudar de modelo energético. Lutar decididamente contra a emissão de gás carbônico (CO2) e a queima de combustíveis fósseis. Apoiar as energias renováveis e alternativas.
• Combater o uso dos agrotóxicos e a monocultura em grande escala da soja, cana-de-açúcar, eucalipto, algodão... Combater as empresas multinacionais que querem controlar as sementes, a produção e o comércio agrícola (Monsanto, Syngenta, Cargill, Bunge, ADM, Nestlé, Basf, Bayer, Aracruz, Stora Enso...).
• Opor-se à mineração que desmata, destrói e envenena imensas superfícies terrestres.
Transformação política
• Pôr o ser humano e todas as formas de vida como o centro de uma nova ordem mundial.
• Ser a favor dos setores sociais que possam construir um projeto popular que enfrente o neoliberalismo, o imperialismo e as causas estruturais dos problemas que afetam nossos povos.
• Defender até as últimas conseqüências a democracia total: política, econômica, cultural...
• Defender o Estado, ante o «Estado mínimo» neoliberal, e ante o Estado totalitário, como instrumento de equilíbrio social que não deixe o campo livre ao poder financeiro e às multinacionais.
• Estimular o exercício democrático da cidadania nos vários aspectos da vida pública.
• Não se conformar com escolher ou apoiar opções de esquerda mantendo-nos indefinidamente dentro do sistema capitalista... Não perder de vista a Utopia da «troca de sistemas» (não somente de governo). Continuar acreditando e militando a favor da necessária Revolução social...
• Não perder de vista a Utopia política socialista. Aprender com as experiências históricas do passado. Lutar por um socialismo «novo».
• Apoiar as transformações sociopolíticas atuais. Não utilizar as dificuldades, os possíveis defeitos ou exageros como desculpa ou pretexto para uma pretendida neutralidade ou uma decepção.
• Não perder a ocasião para ajudar na transforma-ção da mentalidade das pessoas que nos rodeiam. Crer na força das idéias para transformar o mundo. Participar, expressar-se, compartilhar, dialogar, «dar os motivos da própria esperança política», «oportuna e inoportunamente», com uma vida comprometida e coerente. Realizar efetivamente uma «militância ideológica».
Direitos humanos
• Defesa universal dos direitos humanos, em suas três gerações.
• Defender a educação universal. Defender que os pobres tenham acesso ao ensinamento básico, gratuito e de qualidade. Erradicação do analfabetismo.
• Lutar pela democratização dos meios de comunicação, ajudar na formação da consciência crítica e política, e na valorização da cultura do povo.
Culturas e religiões
• Fomentar sempre o respeito às identidades.
• Favorecer o diálogo de culturas.
• Defender os direitos dos povos indígenas.
• Respeitar o direito de mobilização e emigração, sobretudo por causa da sobrevivência.
• Assumir uma atitude de respeito igualitário para com todas as religiões.
• Erradicar em cada um de nós e fomentar em todas as religiões sua transformação mental: a de superar e abandonar seu fundamentalismo, a pretensão de superioridade sobre as demais, o exclusivismo e até o inclusivismo, o proselitismo, a violência...
• Apoiar e urgir uma possível «Aliança de Religiões pela Justiça, a Paz e a Salvação do Planeta».
• Apoiar a difusão do esperanto, como única língua que nos iguala a todos, sem privilégios, e economiza energias sem conta para a humanidade.
Diversidade
• Aceitar a diversidade de raças em igualdade.
• Assumir a causa da transformação da sociedade na linha de igualdade de gênero.
• Aceitar sem discriminação a diversidade natural de orientação sexual.
Modo de vida pessoal
• Combater em nós mesmos o consumismo (no uso da água, dos alimentos, do vestuário, veículos...).
• Não transigir com o esbanjamento.
• Apoiar o «Banco ético» renunciando a reproduzir na própria economia familiar a «busca do maior e mais rápido lucro a qualquer preço»...
Mundialização e Paz
• Suprimir o antidemocrático «veto» dos privilegiados sócios fundadores da ONU e equilibrar sua representação.
• Apoiar o Tribunal Penal Internacional e a submissão de todos os Estados a um regime comum, sem privilégios, sem Estados foragidos.
• Apoiar a Aliança de Civilizações, ante o choque de civilizações.
• Criar um Movimento Inter-religioso pela Paz.
• Universalizar verdadeiramente a consciência da Humanidade: reconhecer o que efetivamente somos: um único país, uma família, um lar, um mesmo fenômeno global da vida, uma mesma nave espacial no momento crítico de perdição ou salvação...
• Caminhar para uma Assembléia mundial dos Povos.
• Promover as políticas de desarmamento e de diminuição dos gastos públicos militares, com a proibição do comércio de armas, especialmente o que serve para manter conflitos armados.
• Construir cada dia a Paz...
(Acrescente você mais...)