Timor Leste. Solidariedade com a nação mais jovem
Timor Leste
Solidariedade com a nação mais jovem
Timor Leste proclamou sua independência no dia 20 de maio de 2002. Seu primeiro presidente, Xanana Gusmão, foi eleito com 85% dos votos.
Segundo o mito da fundação desse povo, havia um crocodilo que vivia num pântano pequeno. Cansado de viver nesse lugar, o crocodilo decidiu ir procurar caça mais além; andou, andou... o sol a pino transformava o chão em brasa. O crocodilo perdia suas forças e ia ficar ali, assado, quando surgiu um menino que perguntou: “O que tens? Tens as pernas partidas, caiu-te alguma coisa em cima?” “Não, não tenho forças para sair deste braseiro...”. Então o menino carregou o crocodilo para a água. “Como recompensa por me teres salvo, vou te levar para onde desejar”, disse o crocodilo e assim partiram para mar adentro. A certa altura, o crocodilo pensou: “Estou com fome, podia comer o menino, mas ele me ajudou...”. E perguntou aos animais o que achavam. Todos: peixes, cavalos marinho, polvo, disseram que não era certo. E assim o crocodilo nadou até não poder mais, com o menino às costas, e então cresceu, cresceu até dar origem à ilha de Timor.
Vemos que esse mito, esta história se repete:
Timor, onde vivem muitos povos com diversas línguas e culturas, foi colonizado pelos portugueses, desde o século XVI. Cansado de viver no pântano que era ser colónia de Portugal, aproveitando a situação criada na metrópole pela Revolução dos Cravos, ocorrida em 25 de abril de 1974, declarou sua independência em 28 de novembro de 1975. Poucos dias depois a vizinha Indonésia o invadiu e o fez atravessar longo deserto escaldante de torturas, prisões, sofrimentos; em cinco anos um terço de sua população foi morta em consequência da invasão e posterior ocupação do território. Em 1979, a Indonésia julgava que tinha controlado todo o território, mas os guerrilheiros, organizados nas FALINTIL se refugiaram nas montanhas: até 1999 mantiveram a luta, não se renderam. A violência continuou. Aos poucos, surgiu a ajuda de grupos de solidariedade em países como Portugal, EUA, Brasil, Inglaterra...
Realizou-se um referendo, sob os auspícios da ONU, no qual o povo votou maciçamente pela independência. Segui-se novo período de grande violência e destruição, por parte dos militares indo-nésios. A ONU interveio e criou um governo de transição.
Agora Timor alcançou o mar, está independente. Mas o Timor ainda tem desertos a transpor: precisa conseguir um tratado justo com a Austrália para a exploração do petróleo do Mar de Timor, que deverá ser sua grande fonte de renda; reconstruir o país, ainda devastado pelos anos de violenta ocupação; recuperar sua agricultura... E nós, como fracos meninos, devemos continuar a ser solidários ajudando o valente povo...
No dia 20 de maio celebramos uma vitória que também é de todas as pessoas e grupos que de alguma maneira puderam ser solidários com Timor Leste. Para solidariedade com Timor Leste: The East Timor Institute for Reconciliation, Monitoring and Analysis La’o Hamutuk / laohamutuk@easttimor.minihub.org / P.O.Box 340 / Dili Timor Lorosa’e / EAST TIMOR / Phone 670-390-325.013
Lília Azevedo e Regina Celi Machado. Veja texto mais amplo em: http://latinoamericana.org/2003/textos